domingo, 30 de maio de 2010

Autor conhecido...

" Há tempos eu tento escrever algo sobre amor, sobre o maior sentimento do mundo; aquele que invade os corpos, os corações; aquele que muda as pessoas pra melhor, que as transforma, que as ilumina... Mas, há tempos também que eu estou vazia dele, o que é uma pena. E como escrever sobre algo que não se conhece? É, tecnicamente, impossível.

Acontece que hoje algo maior que a própria vontade me impulsionou a escrever. Sinto que algo vem, novamente, habitar meu interior, pois as coisas ao meu redor já não parecem tão obscuras, tão macabras; encontrei um motivo a menos pra chorar.

Ultimamente meu coração tem acelerado muito, a respiração nunca está normal, as mãos suam mais que o necessário e eu estou muito inquieta. A ansiedade me sufoca e eu tenho uma vontade gritante no meu interior. Uma vontade de fazer algo que eu não sei; algo inovador.

Ainda não sei o que está acontecendo comigo, ou melhor, dentro de mim. Logo, não posso afirmar que isso seja amor, mas a sensação de ser portadora de tantas emoções diferentes, de tantos desejos súbitos, de ciúmes, de risos, de idéias, é com certeza, a melhor de todas; e agora, se eu pudesse pedir uma coisa bem pequena e bem clichê, pediria que isso fosse amor, e só. Nada de certezas, nada de dinheiro, nada disso tudo. Por que eu sei que amar preenche muito bem, e até melhor, todas as lacunas da alma. "





Eu lírico desconhecidíssimo . -Q

sábado, 29 de maio de 2010

Reflexo no espelho

Sim. Eu fui possuída. Completamente possuída. Só pode ser. Não tem outra explicação.
Eu costumava amar meus filhos, tratá-los com carinho quando pequenos, mas de alguma forma eu esqueci algo no passado.
Aos poucos a idéia de ter tido filhos era ruim. Aos poucos suas presenças me irritavam de alguma forma. Nem sei explicar direito tal sentimento de repugnância.
Eu enxergava meu filho como um vagabundozinho qualquer sem futuro, que ficava sempre dentro de seu quarto bagunçado tocando violão quando não saía com os amigos e horas depois voltava cheirando a maconha.
Minha filha pra mim era uma medíocre, destinada a ser mãe solteira ou uma vagabunda qualquer que vive em função de homens.
Eu já os detestava e com o tempo passei a odiá-los. Todos os dias era forçada a ver suas caras nojentas, ouvir suas vozes irritantes, compartilhar minha comida com esses porcos e até o ar que respiro.
Mas uma noite, ao me recolher em meu quarto, triste por viver em uma casa com duas desgraças, peguei meu álbum de fotografia. Queria relembrar os belos momentos ao lado de meu falecido esposo quando os vi em muitas das fotos.
Inicialmente meu sentimento de repugnância me atacou, mas depois foi se abrandando. Muitas das fotos traziam à minha memória os momentos em que passamos juntos. Os sorrisos e olhares felizes deles quando criança e o amor que eu me dedicava a dá-los e receber deles.
Mesmo depois da morte de meu marido eles estiveram lá comigo, juntos, só nos três compartilhando sentimentos que ninguém mais poderia entender.
Eles sempre me amaram. Sempre.
Então... porque eu passei a odiá-los?!
Foi aí que desconfiei... dela.
Peguei outro álbum de fotografias. Um álbum que iluminou minha mente em busca de respostas. O álbum de minha falecida mãe.
Me lembro de minha mãe, de mim e de meus irmãos. De quando éramos criança e da forma de como ela nos tratava. Era muito amor, carinho compreensão, mas à medida que íamos crescendo seu tratamento ia mudando.
Olhar de desdém, palavras ferinas. Ela nos praguejava e amaldiçoava e eu não entendia o porque. Não entendia... até hoje.
Me lembro de minha mãe falando sobre minha avó. A mesma coisa, a mesma história que aconteceu com ela e comigo.
Por isso desconfiei de ser obra de algum espírito maligno. Do demônio talvez.
Por isso abracei minha filha bem forte e pedi perdão, no enterro de meu filho. O mesmo que eu matei ao empurrar das escadas com força e ira suficientes para tirar-lhe a vida. Pedi perdão por tê-los tratado mal, por ter esquecido do quanto eu os amava e internamente por ser amaldiçoada e ter matado meu menino só para me livrar dele e alimentar esse sentimento doentio dentro de mim.
Agora, olhando o álbum de fotos de minha mãe mais uma vez, eu percebo seu olhar maligno direcionado a mim. Ou olhar de aviso: “Você será assim também... e seus descendentes”.
Minha filha se casou com um ótimo marido. Engravidou. Temi que ela se tornasse igual a mim. Igual a minha mãe, igual a minha avó e perpetuasse essa maldição.
Isso. Maldição!
E agora que estou lúcida a ponto de ver o quanto a amo e também ao meu neto, eu percebo que devo dar fim a isso de uma vez por todas.
É por isso que estou agora em sua casa. Vim visitá-la... envenenei sua comida.
Agora ela, seu marido e meu netinho dentro de sua barriga, dormem em paz.
Enquanto unto a casa com gasolina.
Ficarei aqui com eles, irei findar esse reflexo maldito que povoou minha família por gerações.
Irei finalmente quebrar esse espelho maldito e alcançar a paz que tanto sonhei para mim e minha família.


Camila Borges

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Do alto da sua janela



A chuva que continuava a cair pesadamente sobre as ruas do Rio de Janeiro, não a permitiu pregar o olho durante a noite. Era estranho, de certa forma, pois há muito tempo não chovia com tal intensidade por ali. Quando se olhava para as nuvens, a impressão que se tinha é que poderia ser qualquer hora, pois nem os raios do dia nem a escuridão da noite conseguiriam se sobrepor à névoa cinzenta que devorava os céus da cidade.

A menina se remexeu sob os lençóis à procura de uma posição agradável para dormir, mas o frio da noite chuvosa era realmente incômodo. Ela sentou-se na cama, ligou o abajur que estava sobre a mesa de cabeceira e esperou que a luz fraca iluminasse o seu quarto. Em poucos segundos, todos os objetos entre as quatro paredes já não estavam ocultos na escuridão; a luz a permitia definir cada um deles – se necessário fosse.

Ainda piscando os olhos para que se adaptassem à nova iluminação, ela saltou da cama e andou de forma desengonçada até a escrivaninha onde se encontrava um pequeno controle cinza; apanhou-o e, mecanicamente, apontou-o para cima, pressionou duas vezes um botão; guardou-o novamente e voltou para a cama, onde se enroscou de novo sob os lençóis.

Com o aquecedor ligado o quarto se tornou muito mais aconchegante e a cama convidativa, mas a chuva parecia ter levado de vez o sono da menina. Mesmo assim ela permaneceu deitada se permitindo apenas apreciar o som do temporal que abafava os poucos sons vindos das ruas quase intransitáveis.

Não tardou até sua mente se encher de pensamentos... À lembrança da balada “Teen” que não aconteceu na sexta em razão da chuva e da festa de quinze anos da prima que aconteceria no sábado e foi adiada pelos mesmos motivos, a expressão de cansaço em seu rosto foi substituída pela irritação e ela passou a praguejar São Pedro mentalmente. Era difícil para ela se ausentar da sociedade “por causa de uma chuvinha boba”.

Seu humor continuou piorando e a falta de sono agravava ainda mais aquela situação; decidiu-se, então, por assistir a algum filme ou programa. Apressou-se em pegar o controle da televisão que estava ao seu alcance, ligou-a e passou a assistir à programação do canal para aquele horário.

Na TV o que passava era um noticiário; mostrava crianças e idosos chorando, pessoas com roupas encharcadas, montes de barro e de lixo; mais pessoas aos prantos, mais entulhos; móveis boiando, barcos ocupando as ruas ao invés de carros. Uma situação extremamente caótica. Inimaginável. Mas ela, em sua profunda indolência não percebeu do que se tratava.

Protegida no oitavo andar do grande prédio de luxo onde morava, ela imaginou o que aquelas cenas representavam. Especulou que poderiam ser filmes, “só pode ser. Talvez um curta-metragem, não vi atores famosos.” e deu de ombros àquela situação que mesmo vista de fora era aterrorizante.


Nathália Gomes

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quem somos!

Algumas coisas para nos entender, e outras para sobrevivermos :]
Segue abaixo. Número 1, Cor roxa - Camila Borges
Número 2, Cor azul - Nathália Gomes


1. Nasci em 28 de agosto de 1993 (Mas meu pai pôs na certidão de nascimento dia 27, e desde então sempre comemoro no dia 27);
2. Nasci em 26 de janeiro de 1995;
1. Consigo suportar dor;
2. Não consigo suportar dor;
1. Brinco muito, adoro zuar, e quase nunca sou levada a sério;

2. Tenho o péssimo costume de conversar sobre coisas sérias rindo;
1. Os problemas dos meus amigos são meus problemas também;
2. Sou um poço de ironia;
1. Lealdade é muito mais importante do que fidelidade;
2. Concordo plenamente com a afirmação acima;
1. Amizade pra mim não se qualifica pelo tempo;
2. Sou extremamente sensível;
1. Acho preconceito a coisa mais boçal do mundo. E tenho preconceito com gente burra, patricinhas e fofoqueiros.;
2. Meu signo é aquário, meu elemento é o ar;
1. O meu é virgem, e meu elemento é terra;
2. Acredito em destino;
1. Não acredito em acaso, destino, sorte ou coincidência;
2. Me apego muito fácil às pessoas, e tenho a péssima mania de acreditas nas boas intenções alheias;
1. Tenho ciúmes excessivos por tudo aquilo que me interessa.;
2. Minhas mãos soam mais que o normal;
1. E meu rosto também, rs
2. O que precisar e eu puder evitar...eu evito;
1. Serei psicóloga;
2. Quando me chateio ou estou com raiva de alguém ou de alguma situação, faço carão;
1. Tenho certas frescuras e odeio gente fresca;
1 e 2. Apesar de nos fazer de desentendidas, sabemos tudo que acontece a nossa volta;
1 e 2. Odiamos homens que olham pra bunda das mulheres como se admirassem uma carne pendurada no açougue;

1 e 2. Tem coisas nas nossas vidas que ninguém sabe;
1 e 2. Se espera uma mulher que fale sempre baixo, calma, que não fale palavrão, muito romântica.. desista, essa mulher não é nenhuma de nós duas.; ;)

E não somos fodonas. Nem um pouco, apenas nos fazemos, da porta pra fora! :)