segunda-feira, 28 de junho de 2010

Camila Borges.


Pra início de conversa esse post não é dela (Camila). É meu. É sobre ela. Hahá ! (:

Em todo o meu caminho, durante esses quinze anos de vida, poucas oportunidades, eu tive, de encontrar pessoas como ela.
Não sei como descreve-la aqui, assim, na hora; pra isso seriam necessário muitos e muitos minutos de concentração, de empenho, de estudo. Camila é complexa, complicada demais, me deixa confusa, as vezes, só em tentar entende-la; mas, em compensação, tem a alma mais siiiiiimples do mundo.
Tem personalidade. E que PERSONALIDADE, viu ? nunca vi, nem convivi com alguém como ela.
E eu a admiro muito por isso.
Quem é que consegue dar os melhores conselhos do mundo, naquelas horas em que tudo parece sem resposta ?
Quem é que aponta os proóprios defeitos, assim, na lata, querendo melhorar ?
Quem é que aponta os nossos defeitos, querendo nos ajudar a melhorar ?
Quem tem um senso crítico, humor negro, sarcasco e ironia fatais ?
Quem tem o maior órgão pulsante do mundo ?
Quem é que come todo mundo ? haha (6)
Camila Booooooooorges , OASHAISHOI
Mila, sua boba. Você é tão.. tão ... assim, meio que INEXPLICÁVEL, INDEFINÍVEL... tão ISPECIAL...

O que seria de mim, hoje, você ? Na certa eu seria alguma coisa. Alguma coisa pouca demais. Pobre demais... ainda bem que eu te tenho aqui, comigo, como minha amiga, como minha irmã, como minha conselheira!
Mais que meu porto seguro; meu porto secreto.
Fica sempre por perto.

Eu te amo ♥
Nathália Gomes

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ao orgão responsável

Caro Pênis,
Tenho notado você olhando torto para mim. Às vezes, basta eu chegar e você se levanta. Por acaso, você tem algum problema pendente comigo?
O fato de nós estarmos em lados opostos não nos faz inimigos. Ao contrário, guardo um espaço especial para você, dentro de mim, e seria ótimo se pudéssemos nos unir em prol de algumas novas conquistas. Os atritos, como em qualquer relação, são normais e bem-vindos.
Você me acusa de ser difícil, mas não conheço personalidade mais instável que a sua. Quando eu quero conversar, você se recolhe. Quando canso de tentar, você se anima. Quando finalmente penso entender aonde você quer chegar, você se coloca numa posição diferente.
Sei que a vida talvez lhe pareça mais dura, já que é de você que são cobrados rendimento e desempenho. Mas o mundo não gira em torno da sua existência como você pensa. Diria até que, nas horas mais tensas, você sempre dá um jeito de ficar de fora. Até no momento em que sua participação se faz mais necessária, a continuidade da espécie, você se limita a entrar com metade da matéria-prima e deixa o resto para lá.
Dizem que eu tenho inveja de você - mas inveja de quê, afinal? Você, desculpe, está longe de ser bonito. Trabalha num ramo de atividade sem o mínimo charme: a remoção de detritos. Mora num lugar abafado, onde o sol nunca bate. Freqüenta locais escusos, de reputação duvidosa, em busca de um tipo de divertimento que já se encontra à mão, em sua própria casa. E aquele seu melhor amigo, convenhamos, é um saco.
Mesmo assim, quero frisar, tenho por você imensa consideração e simpatia. Mais que isso - sempre busquei a sua aprovação de alguma forma, atrás de sinais de que estaria lhe agradando. Você, por sua vez, nem sequer disfarça seu completo egocentrismo. Fazendo-se de sonso e sumindo após satisfazer as suas necessidades.
Você se diz sensível, porém jamais se preocupa com o que o outro está sentindo. Quer apenas ocupar o seu espaço e atingir as suas mesmas velhas metas de crescimento.
Deveria tentar aumentar suas expectativas, ampliar seus horizontes, investir na sua cultura. Qual foi a última vez que você viu um filme decente?
Sei que dificilmente vou conseguir abalar sua enorme auto-estima, mas, sob o meu ponto de vista, você não passa de um solitário, perdido em sonhos impossíveis e cercado por uma situação bastante enrolada. Acha-se o máximo, superextrovertido e revela-se um bobo alegre com pinta de seboso. Um cabisbaixo baixinho carente, o tempo todo em busca de qualquer carinho.
Disponho-me a ajudá-lo, colega, caso você reconheça seus defeitos e fraquezas. Posso até te indicar um bom analista. Somente recuso-me a continuar a ser cúmplice na perpetuação de um equívoco.
Você não é melhor que ninguém, temos o mesmo tamanho nesta história - de fato, se você cabe em mim, sou necessariamente maior do que você.


Fernanda Young

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Trecho do livro "Divã" - Martha Medeiros

Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol.

Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.

Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.

Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.

O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.

A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.

Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.
Pra enrolação...atalho.


E é fato, paciência é um dom para poucos, eu tenho paciência sim para ouvir os OUTROS e para ajudá-los, mas quando se trata de minha mãe, de gente fútil ou de quem não me importa, não há paciência alguma... Atalhos, talvez haha

Ps.: Eu ainda não li o livro, mas vi alguns trechos e parece ser interessantíssimo. No primeiro momento que eu tiver oportunidade de pegar o livro, vou lê-lo *-*

terça-feira, 1 de junho de 2010

"... o mal é uma palavra que usamos para descrever a ausência de Deus, assim como usamos a palavra escuridão para descrever a ausência de Luz, ou morte para descrever a ausência de Vida. Tanto o mal quanto a escuridão só podem ser entendidos em relação à Luz e ao Bem. Eles não têm existência real. Eu sou a Luz e eu sou o Bem. Sou o Amor e não há escuridão em mim. A Luz e o Bem existem realmente. Assim, afastar-se de mim irá mergulhar você na escuridão. Declarar independência resultará no mal, porque, separado de mim, você só pode contar consigo mesmo. Isso é morte, porque você se separou de mim, que sou a Vida."



A cabana - p. 124

Sobre o erro...

Não me questione sobre o porquê dos erros cometidos.
Os erros cometidos não são explicáveis, descritíveis, justificáveis..
A característica mais marcante do erro é essa falta de sensibilidade para com as palavras.
E na minha humilde opinião, a mais prepotente das tarefas e talvez a mais banal e medíocre seja tentar justificar o erro.. e que isso não se confunda com assumir o erro.. distinção de fácil compreensão.
Às vezes me canso de ficar escutando por horas os motivos que levaram ao fracasso e os porquês do porque; tempo que poderia ser gasto procurando modos de não se errar novamente.
Velha mania essa do ser humano de se preocupar mais em saber o limite da paciência do próximo do que em se preocupar de como não precisar testá-la.

Camila Borges
(Texto escrito em 04 de novembro de 2009)

domingo, 30 de maio de 2010

Autor conhecido...

" Há tempos eu tento escrever algo sobre amor, sobre o maior sentimento do mundo; aquele que invade os corpos, os corações; aquele que muda as pessoas pra melhor, que as transforma, que as ilumina... Mas, há tempos também que eu estou vazia dele, o que é uma pena. E como escrever sobre algo que não se conhece? É, tecnicamente, impossível.

Acontece que hoje algo maior que a própria vontade me impulsionou a escrever. Sinto que algo vem, novamente, habitar meu interior, pois as coisas ao meu redor já não parecem tão obscuras, tão macabras; encontrei um motivo a menos pra chorar.

Ultimamente meu coração tem acelerado muito, a respiração nunca está normal, as mãos suam mais que o necessário e eu estou muito inquieta. A ansiedade me sufoca e eu tenho uma vontade gritante no meu interior. Uma vontade de fazer algo que eu não sei; algo inovador.

Ainda não sei o que está acontecendo comigo, ou melhor, dentro de mim. Logo, não posso afirmar que isso seja amor, mas a sensação de ser portadora de tantas emoções diferentes, de tantos desejos súbitos, de ciúmes, de risos, de idéias, é com certeza, a melhor de todas; e agora, se eu pudesse pedir uma coisa bem pequena e bem clichê, pediria que isso fosse amor, e só. Nada de certezas, nada de dinheiro, nada disso tudo. Por que eu sei que amar preenche muito bem, e até melhor, todas as lacunas da alma. "





Eu lírico desconhecidíssimo . -Q

sábado, 29 de maio de 2010

Reflexo no espelho

Sim. Eu fui possuída. Completamente possuída. Só pode ser. Não tem outra explicação.
Eu costumava amar meus filhos, tratá-los com carinho quando pequenos, mas de alguma forma eu esqueci algo no passado.
Aos poucos a idéia de ter tido filhos era ruim. Aos poucos suas presenças me irritavam de alguma forma. Nem sei explicar direito tal sentimento de repugnância.
Eu enxergava meu filho como um vagabundozinho qualquer sem futuro, que ficava sempre dentro de seu quarto bagunçado tocando violão quando não saía com os amigos e horas depois voltava cheirando a maconha.
Minha filha pra mim era uma medíocre, destinada a ser mãe solteira ou uma vagabunda qualquer que vive em função de homens.
Eu já os detestava e com o tempo passei a odiá-los. Todos os dias era forçada a ver suas caras nojentas, ouvir suas vozes irritantes, compartilhar minha comida com esses porcos e até o ar que respiro.
Mas uma noite, ao me recolher em meu quarto, triste por viver em uma casa com duas desgraças, peguei meu álbum de fotografia. Queria relembrar os belos momentos ao lado de meu falecido esposo quando os vi em muitas das fotos.
Inicialmente meu sentimento de repugnância me atacou, mas depois foi se abrandando. Muitas das fotos traziam à minha memória os momentos em que passamos juntos. Os sorrisos e olhares felizes deles quando criança e o amor que eu me dedicava a dá-los e receber deles.
Mesmo depois da morte de meu marido eles estiveram lá comigo, juntos, só nos três compartilhando sentimentos que ninguém mais poderia entender.
Eles sempre me amaram. Sempre.
Então... porque eu passei a odiá-los?!
Foi aí que desconfiei... dela.
Peguei outro álbum de fotografias. Um álbum que iluminou minha mente em busca de respostas. O álbum de minha falecida mãe.
Me lembro de minha mãe, de mim e de meus irmãos. De quando éramos criança e da forma de como ela nos tratava. Era muito amor, carinho compreensão, mas à medida que íamos crescendo seu tratamento ia mudando.
Olhar de desdém, palavras ferinas. Ela nos praguejava e amaldiçoava e eu não entendia o porque. Não entendia... até hoje.
Me lembro de minha mãe falando sobre minha avó. A mesma coisa, a mesma história que aconteceu com ela e comigo.
Por isso desconfiei de ser obra de algum espírito maligno. Do demônio talvez.
Por isso abracei minha filha bem forte e pedi perdão, no enterro de meu filho. O mesmo que eu matei ao empurrar das escadas com força e ira suficientes para tirar-lhe a vida. Pedi perdão por tê-los tratado mal, por ter esquecido do quanto eu os amava e internamente por ser amaldiçoada e ter matado meu menino só para me livrar dele e alimentar esse sentimento doentio dentro de mim.
Agora, olhando o álbum de fotos de minha mãe mais uma vez, eu percebo seu olhar maligno direcionado a mim. Ou olhar de aviso: “Você será assim também... e seus descendentes”.
Minha filha se casou com um ótimo marido. Engravidou. Temi que ela se tornasse igual a mim. Igual a minha mãe, igual a minha avó e perpetuasse essa maldição.
Isso. Maldição!
E agora que estou lúcida a ponto de ver o quanto a amo e também ao meu neto, eu percebo que devo dar fim a isso de uma vez por todas.
É por isso que estou agora em sua casa. Vim visitá-la... envenenei sua comida.
Agora ela, seu marido e meu netinho dentro de sua barriga, dormem em paz.
Enquanto unto a casa com gasolina.
Ficarei aqui com eles, irei findar esse reflexo maldito que povoou minha família por gerações.
Irei finalmente quebrar esse espelho maldito e alcançar a paz que tanto sonhei para mim e minha família.


Camila Borges